quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ah, Botafogo...

Para mim, o Botafogo é o time mais emblemático do Brasil. No papel, um time muito interessante, embora sofra de séria deficiência defensiva. Do meio para a frente, uma equipe insinuante, rápida. Mas não tem jeito. Ou as coisas cismam em acontecer ao Botafogo, ou o Botafogo quer que as coisas aconteçam com ele.

Restando 4 rodadas para o final do turno, o Fogão deu mostras de ser um time capaz de grandes vitórias, viradas espetaculares e refugar em jogos-chave ou perder pontos para equipes mais modestas. Em suma, quando se acha que vai, não vai. 

Culpar o frágil miolo de zaga ou a limitação dos laterais, bem como do sistema defensivo, parece simplório demais. Crucificar o treinador beira o extremismo. No entanto, são evidentes as brechas que a equipe deixa ao adversário. Sem contar que a responsabilidade pelo baixo aproveitamento nas partidas decisivas merece ser dividida com a comissão técnica.

Contudo, como dito, de nada adianta montar um quarteto, um quinteto ou sexteto fantástico e continuar com uma zaga que, com todo respeito ao Fabio Ferreira e ao Antonio Carlos, beira a mediocridade. Já que a dupla vive exposta, o que o Botafogo espera para ajustar o sistema defensivo? Realmente se crê piamente que o ataque é a melhor defesa ou a desorganização na retaguarda é mantida para justificar a fama sofredora da torcida?

Por mais que o objetivo do jogo seja o gol e quem marca mais ganha a partida, hoje, não sofrer gols tem sido a estratégia adotada para se sonhar mais alto. Estão aí Chelsea e Corinthians que não nos deixa mentir. 

Ver o Renato, ótimo volante que apareceu no Santos de Robinho e Diego, carregando piano sem um parceiro minimamente capaz de auxiliá-lo no trabalho sujo é lamentável. 

Acompanhar o Botafogo virou missão ingrata diante de tanta instabilidade que o clube insiste em atrair. Viradas, vitórias espetaculares e surpreendentes ficam em segundo plano após cada tropeço em casa ou derrotas em "jogos de 6 pontos".

A derrota para o Palmeiras expõe bem essa dualidade da Estrela Solitária. Jogou para frente, para vencer e esqueceu de que a partida é disputada por duas equipes. Bem postado, o Verdão não encontrou dificuldades em fazer o resultado nem mesmo com a pressão sofrida em determinados momentos do jogo.

Apagão após apagão, o Botafogo assume publicamente sua condição de coadjuvante e de cavalo paraguaio que não condiz com sua história. Por outro lado, a sina de levar o sofrimento aos seus torcedores se apresenta mais forte a cada ano. 

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