segunda-feira, 2 de julho de 2012

Fórmula mágica

Crise no São Paulo. Chega a ser estranho aos olhos deparar com tais palavras assim tão juntas uma da outra. Uma temerária sensação de estar quebrando um dogma futebolístico sobre o mito de que o São Paulo é organizado, estruturado, diferenciado etc e tal vem à tona. Mas não tem jeito. Desde 2009 o clube não acerta e, somente 3 anos depois, dá o primeiro passo a retomar a velha forma: retorna ao 3-5-2.

Quando Leão assumiu a equipe em 2004 marcada pelas sucessivas derrotas em jogos decisivos, logo tratou de fechar a defesa postando Rodrigo, Lugano e Fabão à frente da zaga. Até ali não eram lá grandes zagueiros, mas juntos faziam um trabalho decente. Aliás, em linha, o ídolo uruguaio sofreu um bocado e cansou de ser advertido em seu início de carreira aqui no Brasil.

Ao povoar o meio-campo e explorar o ótimo apoio dos alas Cicinho e Junior, o São Paulo ganhou corpo, personalidade e adentrou 2005 com a seriedade necessária para iniciar um período de glórias que só terminou em 2008.

Entrou ano, saiu ano e até Muricy Ramalho desistiu de postar a equipe no 4-4-2. Não teve jeito. O 3-5-2 ficou enraizado e criou estigma de time vencedor pelos lados do Morumbi. Leão perdeu seus melhores marcadores, teimou em armar um time ofensivo e sem pegada alguma no meio-campo e foi alvo fácil para a diretoria escolher um culpado por, mais uma vez, colocar em risco o planejamento da temporada. 

Milton Cruz, o eterno interino, nem precisava das dicas de Juvenal para ver o óbvio: tem que reforçar a defesa! E qual a melhor maneira de se reforçar a defesa sem perder ofensividade? Hein? Exatamente, o 3-5-2. 

O fato de se plantar 3 beques na frente da defesa não implica dizer que o time abriu mão de atacar. Com mais homens no meio-campo, a equipe pode não só defender-se melhor como também trabalhar melhor a bola. Por conseguinte, o volume de jogo tende a aumentar e as jogadas de ataque podem sair mais constantemente.

Contudo, na prática a teoria é outra. A terrível zaga tricolor seguiu firme com seus apagões e fez um esforço tremendo para sair derrotado contra o Cruzeiro. O ataque cumpriu seu papel com eficiência e salvou o time de um desastre. Douglas e Cortez jogaram mais soltos, Lucas e Jadson foram mais participativos, Luis Fabiano deixou sua marca e, de repente, a crise foi embora.

O honroso 6º lugar, com 12 pontos conquistados e a apenas 4 do lider deram um novo ânimo a esse turbulento Tricolor. Que se danem os técnicos demitidos, as eliminações na Copa do Brasil, os títulos que não dão o ar da graça há 4 anos! Que se exploda o Morumbi fora da Copa, o eterno mandato de Juvenal, as contratações equivocadas, os jogadores descompromissados! 

Novamente o 3-5-2 reaparece para acender a chama da esperança num grupo manchado tal como aquele em 2004. Crise? Com esse esquema não mais!



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