segunda-feira, 25 de junho de 2012

O canto do porco

Vibrante e eficiente. Esse é o Palmeiras da Copa do Brasil. Desorganizado e displicente. O mesmo Palmeiras, mas do Campeonato Brasileiro. Enquanto curte a expectativa de erguer uma taça após 4 anos de jejum, amarga a lanterna da principal competição nacional. No meio do tiroteio, Felipão já anunciou que sai no final do ano. Ou seja, neste cruel 2012, o Palmeiras dá seu canto de cisne com Scolari.

Há quem diga que o mal do Palmeiras seja o Felipão. Outros defendem que a diretoria é a maior culpada pelo momento do time. Os problemas financeiros construídos pelas gestões anteriores também encontram quem levante sua bandeira. Fato é que: ruim com Scolari, pior sem ele.

Seu estilo turrão e explosivo casou direitinho com os ânimos exaltados da colônia palestrina. O casamento perfeito teve direito a muitos títulos, inclusive a Copa Libertadores de 1999. Na ressaca dos esquadrões montados pela Parmalat, Felipão montou um Palmeiras aguerrido e de muita qualidade no trato da redonda.

Agora, sem Junior na esquerda ou Alex no meio, o treinador retorna às origens para formar um time copeiro na essência. Técnica? Não, obrigado. Daqui para frente, o que conta é coração e competência.

A Copa do Brasil reflete o tipo de torneio que Felipão adora. Qualquer time minimamente organizado e com vibração pode levar a melhor. Pseudo-retranqueiro, Scolari posta bem seu time atrás e aposta na bola parada de Assunção e na velocidade de Luan e Maikon Leite para a bola chegar até Barcos e dele para o gol. Fórmula simples. Mata-mata é assim, fazer o que?

Curioso é que os titulares que fazem do simples uma grande magia na Copa do Brasil sofrem no Brasileirão. As formações tiveram somente alterações pontuais - quando tiveram - e o mesmo time capaz de bater o Grêmio em pleno Olímpico conquistou somente DOIS pontos em DEZOITO disputados. Surreal, até mesmo para o Palmeiras.

Tapando o sol com a peneira, o porco volta seus olhos para o que realmente interessa. 4 anos sem título, sendo que o último troféu foi o Estadual sem graça é animador. No banco, um Felipão à espera de um triunfo recente para repaginar seu vitorioso currículo. Um treinador que não precisa provar mais nada pra ninguém, muito embora seus últimos trabalhos não tenham sido empolgantes.

Só que todo carnaval tem seu fim. Para não morrerem abraçados, Palmeiras e Felipão são cúmplices na tentativa de modificar presente e futuro às vésperas da dolorosa despedida. A tensão em ver aquele time limitado sem a energia de Felipão deixa uma interrogação no ar para os próximos anos. 

O título pode recolocar Palmeiras no eixo. O vice pode afundar o clube na agonia em que vive há algumas temporadas. Mesmo assim, está longe de ser candidato forte a rebaixamento. Não é medíocre como pintam e nem aquela maravilha toda do início do ano. Mas é o Palmeiras com Felipão e na Copa do Brasil. Juntos, podem encerrar dignamente uma história que já teve seus dias melhores. 




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