sábado, 19 de maio de 2012

Análise de Elenco - Vasco

Finalmente o Brasileirão vai começar! Para coroar a chegada do campeonato nacional mais disputado do mundo (quem ousa duvidar?) analisaremos o 20º e último clube do Brasileirão-12. 

O Vasco da Gama, atual vice-campeão brasileiro, manteve a base da temporada passada. Fez uma campanha apagada no Campeonato Carioca e ainda vive na Libertadores. Tem um meio-campo bastante criativo e conta com um dos melhores zagueiros do Brasil, Dedé.

Vamos logo ao que interessa, vem Brasileirão! Vem Vasco!


GOLEIROS - Fernando Prass, Alessandro, Diogo Silva - Fernando Prass desembarcou no Vasco em 2009. Demorou um pouco a se firmar, mas quando pegou a camisa 1, não largou mais. É um grande goleiro. Experiente e dotado de bons reflexos, é uma das vozes de liderança no grupo. Mesmo alto, esbanja elasticidade e posiciona-se bem. Contudo, aparentemente não há reserva à altura. Mesmo não sendo mais garotos, nenhum dos dois reservas enchem os olhos e deixam o torcedor tranquilo quando Prass não está sob a meta. 

LATERAIS - Fagner, Thiago Feltri, Max, Dieyson - Fagner e Thiago Feltri, titulares, fazem uma boa dupla ofensiva. Ambos possuem estilos parecidos. São rápidos, habilidosos e apoiadores por vocação. Defensivamente são mais fracos e, pelo estilo de jogo, invariavelmente deixam suas brechas ao adversário. Nem de longe são ameaçados pelos reservas Max e Dieyson. Em que pese o Vasco ter opções no elenco que permitem improvisações eventuais, seria interessante buscar reforços para o setor, até em razão da baixa qualidade dos reservas.

ZAGUEIROS - Dedé, Douglas, Rodolfo, Renato Silva, Fabricio - A zaga do Vasco é emblemática. Dedé é anos-luz melhor que seus companheiros. Rápido, firme no desarme, ótimo posicionamento e antecipação, um verdadeiro monstro. Sem contar a força na bola aérea. Um dos melhores zagueiros brasileiros em atividade. Rodolfo e Renato Silva brigam por uma vaga ao seu lado. O histórico de ambos não fazem o torcedor cruz-maltino confiar cegamente neles. Contudo, no Vasco, têm jogado muito bem e superado suas limitações. Renato Silva é extremamente limitado. Sua para fazer o básico. Afobado, comete muitas faltas e constantemente erra o posicionamento. Mas tem sido regular até o momento. Rodolfo, ex-Fluminense, voltou do Leste Europeu para o Grêmio e não se firmou. Lesionou-se, não entrou bem e veio para o Vasco. Tecnicamente melhor que Renato Silva, ganhou confiança e seu futebol subiu de produção. Bom zagueiro, ao meu ver. Fabrício, ex-Flamengo, apareceu com muita pompa e jogando muito bem. Desarmava com precisão, botes certeiros, boa distribuição de jogo. Aí caiu. Começou a falhar grosseiramente. Passou por Palmeiras, Atlético-PR até aparecer no Vasco. Atualmente, na minha opinião, consegue ser pior que Renato Silva e é mera opção de banco.

VOLANTES - Nilton, Fellipe Bastos, Eduardo Costa, Allan, Romulo - Ainda que relativamente limitados e pareçam ruins a quem vê de fora, são atletas interessantes. Nilton é um bom cão de guarda. Raçudo, tem um potente chute e é um eficiente destruidor de jogadas. Eduardo Costa vive com uma lesão aqui outra ali mas seu futebol subiu de produção no Vasco e tem sido bastante útil tanto na marcação quanto na distribuição. Allan, que pode até quebrar um galho pela lateral, é um jovem muito promissor. Marca bem, é rápido e também apóia com muita qualidade. Fellipe Bastos e Romulo também possuem estilo parecido. Marcadores implacáveis, correm o campo todo e aparecem na distribuição do jogo e cooperam nas tramas ofensivas. 

MEIAS - Felipe, Juninho, Diego Souza, Diego Rosa, Chaparro, Abelairas, Carlos Alberto - O meio-campo ofensivo do Vasco é de encher os olhos. De cara, conta com 4 atletas experientes e extremamente habilidosos com a bola nos pés. A começar por Juninho Pernambucano, o homem com um talento ímpar na bola parada. Tem uma visão de jogo fora do comum e dita o rumo da meia-cancha como poucos. O mesmo vale para Felipe, que arma e finaliza com precisão. Sua canhota é capaz de tiros certeiros de fora da área, em bolas paradas e dar assistências açucaradas para qualquer atacante só ter o trabalho de ir para o abraço. Diego Souza, meio 8 ou 80, é o encarregado pela organização ligeira de jogadas. Usa sua força física e rapidez para tabelar e finalizar em gol em tramas mais dinâmicas. É um grande jogador, embora oscile muito ao longo de algumas partidas. Pode marcar 2 ou 3 gols numa partida e passar completamente despercebido por outra. Carlos Alberto, o jovem veterano, parece ter acordado para a vida e querer algo a mais. A habilidade que o consagrou continua ainda que o físico não mais o acompanhe. É um ótimo meia. Desde que focado e adestrado para cumprir função tática em campo. É plenamente capaz de organizar contra-ataques e aparecer na entrada da área para finalizar. Contudo, precisa se condicionar melhor e provar, de uma vez por todas, que está de volta ao futebol.

ATACANTES - Eder Luis, Alecsandro, Kim, Willian Barbio, Jonathan, Tenorio, Pipico - Precisa de reforços. Eder Luis destacou-se no Atlético-MG pela velocidade. Não é um driblador nato, mas explora muito bem sua velocidade tanto em contra-ataque quanto nas ultrapassagens. Entretanto, não tem cacoete de matador. Muito embora valha ressaltar que no Vasco tem feito mais gols, aparecido mais para concluir, o que nem sempre foi sua função. Alecsandro vive uma relação de amor e ódio com a torcida cruz-maltina mas, dentro do aceitável, cumpre bem seu papel. É um jogador de área e invariavelmente lá está para anotar seus tentos.  Não tem um físico de autêntico centroavante, mas desloca-se bem entre a zaga e costuma estar bem colocado nas finalizações. Então, de repente, não há bons reservas. Tenório lesionou-se e fica no estaleiro até o final da temporada. Kim é uma cópia mal tirada de Éder Luis. Não é tão rápido e tão participativo quanto o titular. Barbio e Pipico, na minha opinião, não passam de apostas para compor elenco. 

TÉCNICO - Cristóvão Borges - Era assistente de Ricardo Gomes no Vasco ano passado. Após o então treinador sofrer um AVC, Cristóvão assumiu o comando da equipe e chegou ao vice-campeonato nacional. Nada mau para uma primeira experiência como treinador. Manteve a base organizada por Ricardo Gomes e apenas deu seguimento no trabalho. Contudo, além de inexperiente, tem dado demonstrações de fraqueza. Tanto fraqueza tática quanto junto ao grupo. Cauteloso, tem receio de impor alguma ousadia - mesmo quando necessária. Por exemplo, ao revesar Juninho Pernambucano e Felipe no meio-campo. Suas decisões vira-e-mexe permeiam o seis por meia dúzia e geram alguns atritos no elenco. Pela qualidade do grupo, as circunstâncias podem mantê-lo ou o treinador pode sabotar a qualidade do grupo e, consequentemente, a si próprio.

ANÁLISE GERAL - Não se pode bater o olho neste Vasco e afirmar que é um time fraco ou limitado. Longe disso. A grande realidade é que, do meio para a frente, é um time muito perigoso. Tanto a qualidade dos volantes, que usualmente saem para o jogo, como o talento dos meias Felipe, Juninho e Diego Souza são determinantes para o sucesso do Vasco numa partida. Contudo, o time não tem boas peças de reposição nas laterais e, principalmente, no ataque. A defesa sem Dedé também não inspira muita confiança. Por ser um time voltado ao ataque, abre muitas brechas. Cristóvão tem tentado organizar melhor a equipe defensivamente. No entanto, acaba por travar e sabotar o principal ponto forte do time. 

RESULTADO - Ano passado o Vasco, mesmo campeão da Copa do Brasil, fez uma bela campanha no Brasileirão. Mas não vejo igual sorte nesta temporada. Entendo que a panela de pressão que se tornou a relação entre time - treinador - torcida pode complicar a equipe ao longo do campeonato. Ainda assim, merece o devido respeito e, creio eu, vai brigar por uma vaga na Libertadores.

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