quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Onde erramos?

Adriano marcado pela torcida do Timão. Botafogo faz da vida de Jobson um verdadeiro BBB. O futebol-negócio e o marketing esportivo justificam o risco de contratações como essas?

O Imperador não joga algo minimamente próximo de futebol desde o título do Flamengo em 2009. E Jobson colocou a carreira em risco ao se envolver com drogas e dar seguidos exemplos de irresponsabilidade profissional. Diante do histórico das figuras mencionadas, o clube realmente pensa antes de contratá-los?

Creio que o futebol brasileiro extrapola a caridade nesse lance de "dar uma segunda chance". Parece que escolhem a dedo qual é o jogador mais problemático, polêmico e talentoso para confiar. Na boa? Isso tá errado. Maldita mania de achar que os 15 minutos de fama duram 15 séculos.

Mesmo em 09, Adriano esteve sempre fora de forma e sempre envolvido em algum caso extracampo. Algo frequente desde a época de Imperador na Inter de Milão. Nem foi tão decisivo assim para o caneco. O que faz o Corinthians? Dá a mão. Jobson perdeu a chance de ir para o Cruzeiro, criou caso no próprio Botafogo, no Atlético-MG, "causou" até no Bahia! E vai o Botafogo apostar novamente no camarada! É piada, não pode ser.

Evidentemente são jogadores que podem fazer a diferença em seus clubes, desde que em forma e focados. Só que por boa parte de sua vida profissional eles não respeitaram essas duas regrinhas básicas e, agora, com todo carinho da nova diretoria que os acolhe vai ser diferente? Claro que não!

Olha aí o Carlos Alberto que não deixa mentir. 20 e tantos anos, habilidoso, rodado, e virou ícone do bando de displicentes. Chega a ser desnecessário ditar o currículo do meia, pois todos já sabem de cor e salteado.

Milagre. É nisso que as diretorias depositam sua fé ao assinar contrato com jogadores deste nível. A fé no milagre. Torcida? Ela que legitima todos os passos. Quem não queria um Adriano no time? "Ah, se ele estiver em forma, se ele estiver inteiro, se ele isso, se ele aquilo...sim!" Diante de tanto "se", o clube atrai os holofotes da mídia para si e aposta na fé da massa. Mesmo que seja só para ser mais um na conturbada vida do atleta, fazer o que.

Com um pouquinho mais de engenharia financeira e intelectual, não compensaria mais investir no retorno de um medalhão ou em alguma jovem promessa? Já imaginaram SE ela estoura? A visibilidade, as receitas, a futura venda...Ganha-se mais com que tipo de risco, hein?

Fato é que não se fazem mais bad boys como antigamente. Antes, por mais barulho que se fizesse, o cara tinha que entrar em campo e salvar o dele. Fazer gol, dar assistência, dar carrinho, o que fosse. Disposição não podia faltar. A ideia era evitar dar motivo para que as críticas iniciassem. Hoje, há preguiça até para ficar no banco de reservas. Não há vontade em querer calar a boca, dar a volta por cima. Fica para o próximo discurso de apresentação.

Até aceito que a indisciplina possa ficar mascarada quando o jogador realmente cumpre seu papel dentro das quatro linhas, na hora do "vamos-ver". Ao render o que se espera, tudo é relevado. Essa tradição é seguida por inúmeros esportes. Ora, são os ossos do ofício. Porém, o que se vê é justamente o contrário. Jogadores simplesmente relaxados, no pior sentido que a palavra possa ter.

Portanto, se for para contratar jogador polêmico o ideal é privilegiar aqueles que realmente se garantem no campo. Mas se é só para chamar a atenção, agremiações do meu Brasil, invistam em atletas que realmente possam contribuir com seu crescimento, ainda que às custas de uma projeção um tiquinho maior.

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